cinderela

setembro 18, 2009 by

a língua dela é veludo

um denso tapete quente

que me convida para deitar e acender

transcender

na noite mais longa de lua crescente

A saga de Annette, a engolidora – parte 3

setembro 18, 2009 by

Com fome e com vontade de chupar alguma vara que mereça seu talento, nossa heroína inicia sua jornada na nova cidade e encontra um emprego que lhe permite ter uma visão privilegiada dos membros da cidade.
 
 
As primeiras semanas na capital foram duras, mas não da forma como eu gostaria que fossem. A concorrência era grande e eu não queria dividir meu dinheiro com nenhum cafetão escroto. Não queria ter um homem por trás me dizendo o que fazer ou não, o meu negócio sempre foi ficar na frente deles e chupá-los até que eles nem conseguissem mais pensar. Mas eu não me abati pois sabia que quanto maior era o desafio, maior o tesão, e eu acreditava que cedo ou tarde encontraria a vara que rechearia minha garganta e que verteria o leite pelo qual eu ansiava.
 
Uma tarde, passeando pela rodoviária, vi um anúncio que buscava alguém para limpar os banheiros. Não era exatamente o que eu queria fazer, mas eu precisava de algum dinheiro para pagar a pensão em que havia me instalado, além de que a oportunidade me parecia ótima, afinal, em qual outro lugar eu poderia conferir as piças da cidade antes de abocanhar alguma que valesse minha garganta prodígio?
 
Eu ficava alisando o chão, com os seios a mostra para criar um clima, um astral. Alguns homens se constrangiam ao entrar no banheiro e mijar enquanto eu lhes analisava o tamanho do pau. Assim não teve jeito, eu tive que ajudar aos mais tímidos a abaixar a calça sem vergonha e, então, eu não resistia, nem eles. E assim fiz gostoso com quase todos homens que passavam pelo banheiro da rodoviária municipal, de segunda a segunda. Os que ficaram de fora da contagem apareceram no banheiro enquanto eu já estava trabalhando em alguma vara, o que não me impedia de conferir o que eles traziam. Porém, todos eles tinham o pau padrão, nada me surpreendia. Eu seguia com a boca cheia durante a maior parte do dia, mas ainda com muito espaço na garganta para ser preenchido.
 
 
Será que Annette encontrará nesse emprego humilde o homem por trás do grande pau dos seus sonhos?

Algumas coisas

setembro 17, 2009 by

A gente sempre escuta  aqueles papos de homens sobre mulheres. Tudo aquilo, que seria o imaginário popular, do que os homens gostam – repetido milésimas vezes – : gostosa, cheirosa, loira assim, morena daquele jeito, bunda, peitão, pernão, bocão, e…e… As mulheres parecem que não têm muito esse papo não, ou pelo menos, esse imaginário não é tão debatido publicamente, ou não agregou  consenso suficiente para se tornar popular. Mulherada escapou desse embaraço, totalmente dispensável, ainda que divertido.

Cá para mim, esse imaginário também tem sua versão feminina, porém ele fica circunscrito lá atrás, na adolescência, perdido no mundinho das revistinhas Caprichos e Ragazzas, entre os DiCaprios e outras produtos similares. Acho mesmo que mulher fica esperta cedo, e logo percebe que esses detalhes só atrapalham outras “commodities” bem mais importantes.

 Eu, que não sou moderna, e me acho interessante – cada um se ilude como pode – acredito que homem muito bonito pode até afugentar. A gente ainda dá uma chance, mas um cara capa de revista… é gay, inglês ou tem menos que 20 anos. Calma, estilo é bom, mas algo despojado, tipo – me vesti em 10 minutos, mas tou lindo.

Esse post todo sem sentindo, foi porque hoje, voltando para casa de metrô, comecei a sentir um cheiro gostosooo…e olhei – obviamente fingindo olhar para a próxima parada – para identificar o ser humano que as 19h00 me provocava tamanho torcicolo. Detalhe: metrô Pequim!

 Como  já desconfiava, não era o homem mais lindo do mundo. Algumas coisas são, e serão sempre importantes, e essa é uma delas. Homem cheiroso não tem preço, e para everything else, there is…um caminho mais longo!! Sim, cara cheiroso já ganhou muitos pontos. E não é apenas com namorada/amante, ficante e transas amigáveis não.

  Com amiga, com a tia atrás do balcão para pagar o imposto de renda, com a sogra, com a chefe, com a mulherada do escritório. Nem percebemos, mas vocês nos ganham pelo puta cheiro!! A gente acha vocês  legais sem saber por quê. Enfim, bem burras, e no final, o crédito fica todo com o tal do sexto sentindo, mas olha só, pode ser do simples cheiro!

 Claro que outras coisas compõe o pacote premium, mas cuidado, beleza em homem não tem  o mesmo peso que em mulher – sinto muito, belos desse blog – . No homem, a beleza tem que acompanhar inteligência + humor – mulher adora rir -, e outras coisas, que a gente conversa depois.

 Voltando. Por favor, não é para tomar banho de perfume! E nem tem desculpa de grana curta!!Pode nem usar perfume, e ser super cheiroso!!! Roupinha limpinha… com cheiro ainda do amaciante…aquele hidratante… o aftershave…esses detalhes…também não fiquem cheirOSos que nem chefe da máfia com pulseira de ouro e anel de brilhantes – eu nunca conheci um, juro. Mas se cinema tivesse cheiro…aposto!!! 

 Então, bonitos, e não tão bonitos, pensando em paquerar aquelaaaaa menina, pedir aumento ou deixar mais trabalho para colega, fiquem cheirosos! É, coisa boba, mas a vida é assim mesmo, cheia de bobagens, e o universo feminino cheio de detalhes contraditórios, que nem mesmo a gente consegue compreender, e se odeia por isso – todos os meses -, mas  já me conformei e  não tive inspiração para escrever outra coisa mais interessante.

 

 

Harriet e o desejo

setembro 11, 2009 by
Mônica e o desejo

Mônica e o desejo

          O cinema sueco e Ingmar Bergman não seriam nada sem as suas mulheres. De todas as beldades que Bergman traçou em sua vida e que compartilhou com o mundo através das telonas, nem uma é tão lasciva quanto Harriet Andersson (1932 – ). Seja no papel de uma adolescente rebelde, em Mônica e o desejo (1953), ou como na empregada safada de Sorrisos de uma noite de amor (1955), e mesmo interpretando uma esquizofrênica, em Através de um espelho (1961), Harriet se mostra única na sua sensualidade sem maquiagens, só na boca carnuda e nos olhos apertadinhos que escondem e convidam.

 

dani-si

Mais Helena

setembro 8, 2009 by
.
Abraço teu tronco com minhas pernas
e teu pescoço tranforma em colar meus braços
Sinto o mundo me levantar
na alavanca dos teus joelhos
Todo meu corpo suspenso
Tua carne
meu único eixo

poema de Helena

Para saber mais da militante erótica, clique aqui.

vênus

setembro 4, 2009 by

dani-si

nunca estive tão cereja

serpentina e sabiá

dissolvida em sal de fruta

e pensamentos liquefeitos

sussurro suor saliva

tua mão brincando em minha vênus

A saga de Annette, a engolidora – cap. 2

setembro 3, 2009 by

Suprema ironia: boca cheia, barriga vazia… Nossa heroína resolveu correr o mundo em busca de fama e reconhecimento, mas antes disso ela precisa achar uma forma de sustentar-se.

Realizar um sonho não é fácil, ainda mais quando não se tem dinheiro. Eu precisava sair daquele buraco e ir para a cidade grande, mas não teria como pagar a viagem. Não tenho cartão de visitas, mas minhas amizades no posto de gasolina me renderam recomendações que abriram as portas de muitos caminhões e as calças de todos os seus motoristas. O bom caroneiro sabe quando conversar e quando ficar calado. Para se ter sucesso na estrada, é preciso ser bom de papo, e eu era ainda melhor do que isso: sou boa mesmo é de garganta, e como boa moça sei que não se fala de boca cheia. Um dia, eu pensava, terei fama e fortuna, mas naquele tempo eu só sentia fome, e foi com ela que paguei minha viagem.

Chegando à capital, no entanto, eu precisava achar um lugar para ficar, e me alimentar de algo que não fosse porra. Precisei de tempo para esquadrinhar meu novo território. A cidade grande tem muitas outras putas, disponíveis em todos os lugares para quem souber encontrá-las, e eu não sabia como me estabelecer nessa concorrência. Eu não conhecia ninguém ali, e ninguém sabia da minha especialidade.

A cidade grande me reservava um outro problema: seria muito mais difícil selecionar minha clientela em meio a tantos homens sedentos por sexo. Na minha cidade natal, eu conhecia cada detalhe dos meus conterrâneos. Posso não lembrar dos nomes de muitos deles, mas bastava baixar-lhes a cueca para que eu soubesse o tamanho que seus paus alcançariam.

Em minha nova morada, eu não fazia ideia do que encontraria pela frente. Sou uma mulher determinada, e não queria perder tempo com miudezas. Pior ainda: eu não poderia alcançar meus objetivos sozinha. Para ser conhecida como a garganta mais profunda do mundo, eu precisava antes encontrar o dono da maior vara de todas.

Sozinha na brutalidade da selva de pedra, Annette precisa encontrar com urgência um emprego para sobreviver até que encontre o parceiro ideal para seus planos. O que ela fará? Se alistará como funcionária em algum bordel de luxo? Trabalhará como engolidora de espadas em algum circo de periferia? Ou procurará algum velho cuja fortuna seja inversamente proporcional a sua libido, deixando algum tempo livre para que nossa heroína procure o membro perfeito? Não perca, na próxima semana, o próximo capítulo de A saga de Annette, a engolidora!