Magali

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Magali era uma vontade de amar. Uma discreta massa de carne de um metro e oitenta, a pança molhada na pia vez em quando raspando o fogão. Mais duas largas gotas de suor do cabelo espesso ganham a testa enquanto ela prova o arroz e dá uma colherada num molho meio rosado, uma espécie de iogurte quente de tomate. Alexandre assiste a tudo do sofá, todo nu, com o pau ainda babado de porra, sentindo o calor em cada poro, a bunda e a parte alta das costas já grudadas e tomando a textura do sofá. Agora via Magali deitar a lata inteira de milho na panela do molho. O ventilador soprando e ressoprando o ar morno de sexo da sala. Magali tira uma caixa de papelão do congelador. Fica algum tempo estudando as instruções de como fritar nuggets.

A noite era de um calor agressivo e persistente. O suor escorrendo sem trégua, Magali nua e ainda um pouco bêbada fingindo saber cozinhar, e ele adiando o basta que já deveria ter dado ao relacionamento há pelo menos uma semana. Não entendia e nem procurava entender, mas aquele clima todo de desconforto e derrota agora lhe dava uma excitação imensa. Com o pau já latejando, ele se aproxima de Magali. Ela sorri servil. Ele lhe dá um leve tapa no rosto, agarra seu cabelo como quem maneia um potro, fazendo-a virar de costas e encostar o rosto no azulejo frio da parede da cozinha. O torpor que trazia a noite abafada parecia aumentar o prazer de se entregar cegamente a ele. E ele aumentava sua urgência de devorá-la ao unir seu corpo já úmido àquela massa de suor.

Postado por Fodastino Barreto

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